Alimentação

Vale a pena aderir à dieta paleolítica?

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Você excluiria de vez os alimentos processados da sua rotina, para comer apenas produtos naturais? Pode parecer um desafio, mas essa é a proposta da dieta paleolítica.

Isso porque o estilo alimentar se baseia na alimentação dos caçadores-coletores do período paleolítico, priorizando o consumo de carnes magras, peixes e frutas, com a crença de que esses alimentos são mais compatíveis com a genética humana e podem oferecer benefícios à saúde.

Portanto, se você quer conhecer mais sobre a dieta paleolítica e saber se realmente vale a pena aderir esse estilo alimentar, fique aqui para conferir! 

O que é a dieta paleolítica?

A dieta paleolítica (ou dieta paleo) prioriza o consumo de alimentos ricos em proteínas, juntamente com uma variedade de vegetais, frutas e sementes. Ela também recomenda a exclusão de alimentos processados, grãos e açúcares refinados

Os adeptos argumentam que ao eliminar ingredientes modernos e industrializados, é possível melhorar o controle de peso, reduzir a inflamação corporal e até, potencialmente, prevenir doenças crônicas.

A prática surgiu como uma abordagem nutricional na década de 70, quando o gastroenterologista Walter L. Voegtlin publicou um livro intitulado “The Stone Age Diet“. No entanto, a sua popularização ocorreu principalmente nas últimas duas décadas, impulsionada pela obra de Loren Cordain, “The Paleo Diet” (2002), que enfatiza a relação entre a dieta e a melhoria da saúde.

No contexto histórico, ela se baseia na ideia de que os seres humanos evoluíram com uma alimentação semelhante à dos antepassados, já que dependiam da caça, pesca e coleta de itens da natureza para sua sobrevivência. 

Além da ênfase nos alimentos, a dieta paleolítica incorpora uma filosofia de vida que foca no movimento e na conexão com a natureza. Quem a adere acredita que a combinação de escolhas alimentares e uma rotina ativa pode resultar numa boa saúde.

O estilo de vida paleolítico

A dieta paleo argumenta que a rápida transição para a agricultura moderna e a introdução de alimentos industrializados nas últimas décadas contribuíram para o surgimento de problemas de saúde contemporâneos, como:

Ademais, o alto teor de proteínas e gorduras saudáveis nesse plano alimentar pode promover uma sensação de saciedade, com o consumo reduzido de calorias ao longo do dia.

Alimentos proibidos na dieta paleolítica

Na dieta paleolítica, alguns alimentos não são permitidos devido a várias razões. Os adeptos acreditam que certas comidas foram geneticamente modificadas e processadas, levando, por exemplo, à perda de nutrientes.

Existem alguns alimentos que são proibidos nesse regime, como:

  • Açúcar refinado.
  • Amendoim.
  • Arroz.
  • Aveia.
  • Bacon.
  • Bebidas alcoólicas.
  • Bolos.
  • Café.
  • Creme de leite.
  • Ervilha.
  • Feijão.
  • Hambúrguer.
  • Lentilha.
  • Manteiga.
  • Molhos prontos.
  • Milho.
  • Pizza.
  • Presunto.
  • Salame.
  • Salsicha.
  • Soja.
  • Queijos.
  • Trigo.
  • Entre outros.

Em adição, no caso dos laticínios, o consumo não é recomendado devido à ausência do leite na vida dos paleolíticos. No entanto, algumas variações da dieta permitem pequenas quantidades de ingestão, dependendo das preferências e tolerâncias individuais.

Alimentos permitidos na dieta paleolítica 

Os alimentos permitidos representam uma tentativa de recriar uma dieta mais natural e saudável, com o objetivo de promover uma alimentação equilibrada e próxima daquilo que a evolução humana moldou ao longo do tempo.

A seguir você confere os alimentos que são permitidos:

  • Abacate.
  • Abacaxi.
  • Abóbora.
  • Alface.
  • Amêndoas.
  • Azeite de oliva.
  • Banana.
  • Batata-doce.
  • Berinjela.
  • Brócolis.
  • Carne bovina.
  • Castanha-do-pará.
  • Cenoura.
  • Chia.
  • Couve.
  • Espinafre.
  • Frango.
  • Inhame.
  • Laranja.
  • Maçã.
  • Mandioca.
  • Mariscos.
  • Mel.
  • Óleos de abacate.
  • Óleo de coco.
  • Ovos.
  • Pêra.
  • Pescados.
  • Pimentão.
  • Xarope de bordo.
  • Entre outros.

Quais são as controvérsias da dieta paleolítica?

Uma das principais críticas à dieta paleolítica é o fato de que ela impõe restrições severas. A justificativa por trás dessa exclusão é que esses alimentos não faziam parte da dieta dos povos paleolíticos. 

No entanto, essa limitação rigorosa pode levar a preocupações nutricionais, uma vez que grãos, laticínios e leguminosas são fontes importantes de fibras, cálcio e vitamina D, essenciais para o bom funcionamento do organismo.

Uma pesquisa publicada em 2018 na revista The Lancet destacou que o consumo moderado de carboidratos pode contribuir para uma vida mais longa, contradizendo as dietas que priorizam a proteína animal e gordura. 

A paleo argumenta que a rápida transição para uma alimentação baseada em grãos e laticínios, há cerca de 10 mil anos, não permitiu que o corpo humano se adaptasse adequadamente a alimentos ricos em carboidratos. Porém, o estudo citado sugere que uma ingestão equilibrada, focada na qualidade dos alimentos, pode ser mais benéfica do que seguir restrições extremas.

Além disso, a ausência de evidências científicas sólidas deixa espaço para críticos questionarem a eficácia e a segurança a longo prazo dessa abordagem nutricional.

Portanto, como acontece com qualquer estratégia alimentar, é fundamental que as pessoas considerem cuidadosamente os prós e contras, bem como consultem profissionais de saúde antes de adotar qualquer plano dietético.

Afinal, existem benefícios ao aderir a dieta paleo?

Apesar das ressalvas que cercam a dieta paleolítica, a inclusão de certos alimentos em sua composição pode trazer benefícios à saúde. No entanto, é importante destacar que antes de embarcar nesse plano alimentar, é fundamental estar atento e consciente das implicações.

Esse regime alimentar enfatiza o consumo de alimentos naturais, não processados e ricos em nutrientes, como carnes magras, peixes, frutas, vegetais, nozes e sementes, que podem contribuir para uma alimentação mais saudável.

Contudo, é essencial considerar que a dieta paleo é restritiva, excluindo grãos, laticínios e outros grupos alimentares. Portanto, antes de aderir a esse plano alimentar, é recomendável buscar orientação profissional para avaliar se a mesma atenderá às suas necessidades específicas.

Por fim, ao considerar a paleo, é essencial fazer escolhas informadas e equilibradas, para garantir uma boa saúde e bem-estar a longo prazo.

Referências

Beyond the Paleolithic prescription: incorporating diversity and flexibility in the study of human diet evolution

Dietary carbohydrate intake and mortality: a prospective cohort study and meta-analysis

Paleolithic Diet