Alimentação

A alimentação intuitiva é a melhor forma para cultivar o bem-estar?

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A alimentação intuitiva propõe um caminho alternativo para as pessoas que buscam ter uma relação mais saudável com a comida. De forma geral, ela está associada à ideia de apenas comer quando apenas sentir fome. 

Ao ouvir o próprio corpo, é possível se alimentar sem privações severas, respeitando as necessidades nutricionais.

Contudo, o que seria, na prática, a alimentação intuitiva? Ela pode ser a melhor opção para o seu dia a dia? As respostas você confere nesse conteúdo!

O que define a alimentação intuitiva?

A alimentação intuitiva é um conceito que surgiu na década de 1990, formulado pelas nutricionistas Evelyn Tribole e Elyse Resch em seu livro “Intuitive Eating“. 

Essa filosofia desafia a ideia de dietas tradicionais, que geralmente incluem privações severas e controle calórico. Em vez disso, a iniciativa baseia-se na premissa de que cada pessoa deve aprender a confiar no próprio corpo para regular a alimentação, ouvindo os sinais de fome e saciedade.

Caracterizada por uma série de princípios que promovem uma conexão mais saudável com o corpo, um dos aspectos mais importantes dela é a ideia de rejeitar a mentalidade dos regimes restritivos, que, muitas vezes, leva a uma relação problemática com a comida.

Em resumo, essa iniciativa permite escolhas alimentares conscientes, evitando a autossabotagem no cardápio e não cedendo à compulsão causada por estresse. Assim, é possível criar uma relação mais equilibrada e saudável com a comida.

Quais são os princípios da alimentação intuitiva?

Em vez de categorizar alimentos como “bons” ou “ruins”, a alimentação intuitiva inclui a aceitação de todos os tipos de alimentos, permitindo que as pessoas façam escolhas baseadas em suas necessidades e desejos individuais. Veja 6 princípios a seguir:

Lista dos 6 princípios que compõem a alimentação intuitiva

1. Rejeitar a mentalidade das dietas tradicionais

Esse princípio encoraja a abandonar as regras e restrições típicas das dietas tradicionais. Ao deixar de lado a ideia de que certos alimentos são proibidos, as pessoas podem se libertar da culpa e da ansiedade associadas à alimentação.

2. Honrar a própria fome e a saciedade

Aqui, a ênfase está em reconhecer e respeitar os sinais naturais de fome do corpo. Esse princípio ensina que é essencial alimentar-se quando sente fome, evitando privações que podem levar a compulsões.

Também, a ideia é aprender a reconhecer os sinais de saciedade do corpo, ou seja, parar de comer quando se sente satisfeito é tão importante quanto honrar a fome. 

3. Fazer as pazes com a comida

Esse princípio incentiva a eliminação da culpa relacionada ao consumo de alimentos considerados “ruins”. Ao permitir-se desfrutar de todos os alimentos com moderação, as pessoas podem reduzir as privações, promovendo uma relação mais prazerosa com a comida.

4. Desafiar a figura do “alimento bom e ruim”

A orientação reforça a ideia de que todos os alimentos têm valor e podem ser incluídos em uma dieta balanceada. Ao abolir essas categorias, as pessoas podem fazer escolhas alimentares mais conscientes e menos influenciadas por normas sociais e/ou culturais.

5. Cultivar a satisfação

Ao valorizar o prazer associado à comida, as pessoas são incentivadas a escolher alimentos que realmente apreciam, o que aumenta a satisfação geral durante as refeições e diminui a probabilidade de comer por razões emocionais.

6. Praticar a compaixão

A alimentação intuitiva promove a autocompaixão, encorajando as pessoas a serem gentis consigo mesmas em relação às escolhas alimentares. Isso ajuda a reduzir a autoavaliação negativa e a fomentar uma mentalidade mais positiva em relação à alimentação e ao corpo.

Quais são os benefícios ao seguir a alimentação intuitiva?

Atualmente, a alimentação intuitiva é vista como uma resposta ao crescente problema da obesidade e dos distúrbios alimentares. Com o aumento da conscientização sobre os efeitos negativos das dietas restritivas, muitas pessoas buscam nela uma alternativa para manter a saúde e o bem-estar.

Também, a abordagem pode facilitar a compreensão das próprias necessidades nutricionais, ajudando a comer de forma mais equilibrada e auxiliando em melhores escolhas alimentares. 

Além disso, essa prática pode trazer outros benefícios como: 

A alimentação intuitiva é adequada a todos?

Embora a alimentação intuitiva possa mudar a relação de seus adeptos com a comida, é importante reconhecer que ela pode não ser adequada a todos, já que diversos fatores podem influenciar a eficácia dessa prática, como:

  • Estilo de vida agitado.
  • Fome emocional.
  • Falta de suporte profissional.
  • Histórico de transtornos alimentares – como a bulimia.
  • Tempo de adaptação.

Por mais que seja vantajosa, ela não está isenta de riscos. Diante disso, é fundamental refletir sobre a relação pessoal com a comida e como essa abordagem pode se encaixar no contexto. Também, é essencial buscar ajuda profissional para ter o auxílio adequado para ajudar a integrar os princípios da alimentação intuitiva de forma segura e saudável.

A iniciativa pode oferecer um caminho valioso para muitos, mas é importante considerar as particularidades de cada trajetória. Ao final, a verdadeira busca deve ser por uma alimentação que respeite o corpo e promova bem-estar, independentemente do método escolhido!

Referências

Comer intuitivo da teoria a aplicação prática: uma revisão sistemática

Comer intuitivo e a apreciação corporal: Um estudo transversal em universitárias do estado de Minas Gerais